Lívia Ventura, mãe da pequena Madu, só bons exemplos


Mãe corajosa, jogadora de handebol das mais talentosas e uma das melhores pivôs da história da modalidade, Lívia Martins Horácio Ventura, ou simplesmente Lívia Ventura, é determinada no que propõe a fazer na vida. Em uma fase de parar ou continuar como atleta, resolveu ser mãe. E há seis anos divide todas as alegrias e quase tudo com a pequena Maria Eduarda, de seis anos. Sua maior paixão. Sua maior torcedora. Companheira inseparável em todos os momentos.

Em momento de turbulência, Lívia conta que em 2016 resolveu parar de jogar. Trabalhava em uma agência de marketing esportivo e jogava em São Bernardo do Campo. O desgaste físico e mental a levou ao estresse total. “Era muita coisa ao mesmo tempo e como sempre me cobrei muito do que faço, acabei tendo uma Síndrome de Burnout – esgotamento profissional devido ao excesso de deveres -, mas continuei jogando até fomos vice-campeões perdendo para o Pinheiros”, conta Lívia.

Parou no final deste campeonato. Sem o esgotamento dos treinos, viagens e jogos, se dedicando apenas ao trabalho, em 2017 veio a boa notícia. Quando resolvi parar de vez e só continuar na agência, planejamos a vinda de um filho. Em junho do mesmo ano, descobri que estava grávida. Foi tudo bem pensado com o Pedro (marido). E veio a Duda”, disse.

Após o nascimento da Madú, a vida mudou para Lívia. Teve que diminuir horas de trabalho na agência. As atenções eram todas para a filha. Mesmo assim, não imaginava voltar tão cedo às quadras. “Nos dois primeiros meses acabei dando uma segurada na agência, mas depois de sete meses, recebi uma ligação de um gestor do São Bernardo. A proposta foi: “estamos precisando de você na equipe. Nosso time está bem e está na final”. Na hora eu eu disse: “não dá. Tenho um bebê de sete meses em casa, meu corpo está fora dos padrões atléticos, um ano e pouco parada. Não penso em voltar agora”.

O dirigente insistiu. “Não Lívia, conheço você. Vai conseguir jogar bem. Sua história não acabou no handebol. Volta que ajudou no processo”. Lívia confessa que a insistência e o prazer de jogar fez pensar, mas para isso teve uma rede de apoio: pais e marido. “Em novembro de 2018 voltei a jogar. E foi bom demais ver minha filha gritando me dando o maior incentivo, vibrando com minhas conquistas, como ser eleita melhor pivô do Sul-Centro de 2023”, conta com orgulho.

“Não foi fácil. Afinal já tinha conquistado tudo que era possível, mas foi bom demais ser hoje referência para muitas jogadoras e jovens. E meu conselho para as meninas que são atletas e um dia pensam em ser mãe, constituir uma família, é muito viável. Só precisa ter uma rede de apoio e disciplina que dará certo. Hoje meu corpo está melhor que antes da gravidez. Engordei só sete quilos”.

Lívia conta ainda que vê hoje o quanto Madu se sente orgulhosa de ver a mãe atleta. “Já convidou as amigas da escola para ver meu jogo. As mães das amigas acharam surreal ser atleta e mãe, porque não é fácil você contar com o desgaste físico e mental e ainda conciliar com os deveres de casa”.

“A Madu observa os meus exemplos diários. Por isso procuro ser sempre aquela pessoa que está plantando uma sementinha na cabeça dela de bons modos, não reclamar de nada, sempre positiva. Mas ela sabe entender o momento que chego cansada em casa. Vou descansar, ela entende. Vamos brincar e já é uma situação diferente”, garante.

Por fim, a pivô do Pinheiros, de 37 anos, deixa mais um recado para as futuras mães e atletas: “Ainda não pensei em ser mãe novamente. Já não estou com a idade para isso, mas a sensação de ser mãe é indescritível. Gerar uma vida dentro de você é algo mais gratificante do mundo”.





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