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Oscar: Quando um ícone do basquete vira um ícone dos Correios – Liga Nacional de Basquete

Quando se fala em Oscar Schmidt dentro do basquete, uma das primeiras coisas que se pensa é no ícone ou lenda. E como tal, toda homenagem que lhe é promovida acaba por valorizar a história e seus feitos. Assim, os Correios resolveram eternizá-lo de uma forma singular, com um selo institucional que traz a imagem do pós-jogador no Pan-Americano (icônico) de Indianápolis-1987. A solenidade ocorreu no Clube Sírio, na última sexta-feira (01/12), time pelo qual Oscar já tem o nome na parede dos “Imortalizados”, campeões mundiais de 1979.

No dicionário, ícone significa pessoa ou figura simbólica ou representativa de algo. Dessa forma, Oscar se enquadra nesta definição ao pensar em basquete brasileiro. Agora, não há símbolo maior dos Correios do que um selo para enviar uma carta para alguém. Além do selo institucional que os Correios criou, há também um carimbo comemorativo para celebrar a carreira do Mão Santa. Oscar é um filatelista, que se trata de um colecionador e estudioso da arte dos selos postais pelo mundo. Agora se junta à Hortência, como únicos atletas da modalidade que têm um selo para chamar de seu.

“É uma emoção que raramente você tem. Dificilmente você terá o seu nome em um selo. Estou muito feliz, o Brasil já reconheceu minha carreira e hoje é uma prova maior desse reconhecimento. Vai estar na minha coleção e provavelmente eu vá fazer um quadro com ele”, comentou Oscar. O homenageado contou de causos que viveu no Pan-Americano de 1987 e falou também sobre o NBB CAIXA: “É uma realidade, não tem que provar mais nada. Toda vez que estou assistindo TV e percebo que tem jogo do NBB CAIXA, eu paro para ver. O nível é ótimo, gosto de ver todos os jogadores. Gostava muito de ver o Yago, que não está mais aqui, é difícil segurar bons jogadores aqui no Brasil. Eu sempre digo para os meninos que treinem muito e, quando estiverem bem cansados, que treinem um pouco a mais, que pode fazer diferença na carreira de cada um”.

Na cerimônia estiveram presentes, além da família de Oscar (esposa e filhos), Cláudio Mortari, técnico do time do Sírio, campeão mundial em 1979, os companheiros de clube Eduardo Agra e Washington Joseph (Dodi), que era capitão. A campeã mundial e medalhista olímpica, Alessandra, também marcou presença, assim como Marcos Demétrio Haik, presidente do Clube Sírio e Andrea Guaraldi, gerente regional de vendas dos Correios.

“Para nós, o Oscar representa muito, um passado triunfante, cheio de glórias. O Clube Sírio tem duas estrelas de campeão mundial, uma delas é do basquete e não há dúvidas de que naquele momento, 1979, o Oscar era peça fundamental para que o título chegasse. Depois de mais de 40 anos, nós estamos aqui podendo retribuir um pouquinho do que ele fez para nós é uma grande alegria e um grande orgulho”, ressaltou o presidente do clube.

Andrea explicou de onde veio a ideia de fazer um selo do jogador: “A seleção de personalidades para serem homenageados são daqueles que realmente são marcos para a sociedade e o Oscar preenche esse espaço, é um ídolo não só do esporte, mas como pessoa. Normalmente, essa seleção sempre ocorre ao ano anterior ao lançamento e segue um calendário. O selo tem a prerrogativa de contar histórias através de momentos, nessa história do basquete, faltava preencher com essa celebridade que é o Oscar”, explicou.

“O Oscar e a Hortência tiveram grandes marcos no esporte mundial, é ótimo relembrar essas histórias. Eu comecei a jogar basquete por causa do Pan de 1987, então não tem como esquecer. Depois, ter sido companheira da Hortência é um orgulho, uma emoção. Saber que eles colocaram o basquete brasileiro entre os melhores do mundo e agora estão imortalizados em selos é uma alegria muito grande. Falta mais desse reconhecimento, não só na nossa modalidade, mas na história esportiva brasileira, a começar com Adhemar Ferreira, João do Pulo. Eu espero também um dia estar lá”, comentou a pós-jogadora e treinadora das categorias de base do Sírio, Alessandra.

A história dos Correios em criar selos do basquete vem de longa data. Em 1954, o primeiro selo veio para se referir ao 2º Campeonato Mundial realizado no Rio de Janeiro. Três anos mais depois, veio um novo em referência ao 2º Campeonato Mundial de Basquete feminino. Em maio de 1959, a homenagem foi para a primeira Seleção campeã Mundial, que se repetiu quatro anos mais tarde, com o bicampeonato. Teve uma nova edição de Campeonato Mundial feminino em 1971 e 1983 e em menção aos Jogos Olímpicos de Montreal-1976. Já teve o Cascão, da Turma da Mônica, com uma bola de basquete em 2000. Mais três selos da modalidade foram criados para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio-2016. Por fim, o selo que homenageia Hortência vem em 2019, na série “Mulheres Brasileiras que fizeram história”.