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Desempenho esportivo além da técnica: o exemplo do Handebol no Pinheiros






O esporte atualmente exige muito mais do que habilidades técnicas e físicas, o atleta também precisa desenvolver aspectos psicossociais e cognitivos

Antigamente, um bom atleta era aquele com maior habilidade técnica. A partir da introdução de práticas científicas como a fisiologia do exercício e a biomecânica, passou-se a investir também no preparo físico. Isso resultou em atletas mais rápidos, fortes e capazes de bater recordes olímpicos.

Hoje, no entanto, o conceito de excelência esportiva evoluiu. Não se pode mais formar grandes atletas sem considerar também os aspectos psicossociais e cognitivos. No Esporte Clube Pinheiros, essa visão foi incorporada à Filosofia Integrada do clube. Além dos aspectos físicos e técnicos, os treinadores são orientados a trabalhar o desenvolvimento humano de forma mais ampla.

Um exemplo inspirador vem da equipe de Handebol. Liderados por Carla e Maurício Antonucci, os treinadores aplicam questionários semestrais com foco nessas habilidades, medindo o progresso de cada atleta com relação a suas atitudes, relações interpessoais e comportamentos sob pressão.

Eu, a Carla, o Ronaldo e Helô, fazemos esse trabalho com o feminino. Nós entendemos que as atletas têm outras características dentro do jogo, a gente tenta estimular outros fatores, como relacionamento com técnicos, arbitragem, com as outras equipes. A consciência delas em relação ao desenvolvimento dela como atleta não depende só na quadra, depende de momentos extras em visualizar o jogo, posição e quais características desenvolver”, explica o treinador.

Antonucci ressalta a relevância da parte física. “A gente mostra a importância também da condição física, principalmente no Handebol, que é muito determinante nas ações que fazemos na quadra. No Pinheiros, nosso modelo de jogo é relacionado a uma defesa forte, contra-ataque bem rápido, as meninas precisam ter uma condição física muito boa, tanto de contato e espaço, quanto para corrida. O mais importante é mostrar para elas e desenvolver dentro dos treinos, a relação do jogo coletivo, pois quando temos uma atleta que faz a ação individual muito boa, como: um bom arremesso, um drible ou a técnica boa, mas tem dificuldades no coletivo, conforme passando o tempo e subindo de categoria, ela terá dificuldade de jogar, pois ela não entende a continuidade do jogo. Ela sempre foi desenvolvida a executar e definir a parte dela. A gente tenta estruturar o nosso desenvolvimento dos treinos com isso. As categorias menores têm essa parte de desenvolvimento técnico individual, depois vai subindo de categoria e vamos agregando componentes coletivos e táticos para que ela consiga fazer as duas coisas”, explica Maurício.

As competências são divididas e trabalhadas em quatro dimensões:

  • Técnico-Tático;
  • Físico;
  • Psicossocial (Intrapessoal e Interpessoal);
  • Cognitivo (Memória de Trabalho, controle inibitório e Flexibilidade Cognitiva.

 





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